Pesquisa realizada na FMVZ USP repercute no exterior

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Rações úmidas para pets prejudicam mais o meio ambiente do que secas

De acordo com estudo brasileiro, um cachorro pequeno com uma dieta de 500 calorias produz cerca de 600% a mais de CO2 por ano quando alimentado com comida úmida

Animais de estimação são muitas vezes considerados parte da família, por isso, muitos tutores buscam dar aos seus pet o melhor tratamento possível, o que inclui caprichar na alimentação. No entanto, dar uma ração úmida para seu animalzinho – que aparentemente é mais saborosa -, pode trazer danos ao meio ambiente.

Um estudo brasileiro conduzido por cientistas do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP avaliou o impacto de dietas secas, úmidas e caseiras para animais de estimação na emissão de gases de efeito estufa (GEE).

Os achados foram publicados na Scientific Reports  na quinta-feira (17) e revelaram que a comida úmida tem um impacto climático muito maior do que a seca, tendo um aumento de mais de sete vezes na produção de CO2.

Comparando dietas

Os autores examinaram os impactos ambientais da dieta de 618 cães e 320 gatos no Brasil. Eles analisaram alimentos para animais de estimação industrializados e caseiros, tanto úmidos quanto secos, e avaliaram a composição nutricional e calórica das diferentes dietas, além da forma de produção de cada uma delas.

Segundo os pesquisadores, um cão de 10 quilos consumindo uma média de 534 calorias por dia seria responsável por aproximadamente 820 quilos de CO2 por ano quando alimentado com uma dieta seca, em comparação com 6,5 mil quilos de CO2 anuais para uma dieta úmida. Isso equivale a um aumento de mais de 600%.

“Para a maioria dos alimentos, o maior percentual de emissão de gases de efeito estufa (GEE) resulta da alteração do solo, causada pelo desmatamento e decomposição do carbono do solo, juntamente com os fertilizantes”, contam os cientistas no estudo.

Dimuindo o impacto ambiental

Parta que haja uma redução na emissão de gases poluentes, o estudo sugere que os donos de cães e gatos alimentem seus pets essencialmente com alimentos secos, como ração ou biscoitos, ao invés de alimentos úmidos (com maior teor de água).

“Esses resultados destacam os amplos impactos ambientais dos alimentos para animais de estimação, a necessidade de torná-los mais sustentáveis e uma indicação de como isso pode ser alcançado”, concluem.

Atualmente, o Brasil se encontra em segundo lugar entre os países com maior população canina (com 52,2 milhões de cachorros) e em terceiro com a maior população felina (com 22,1 milhões de gatos). Essa população de pets aumenta a demanda por produtos no segmento, por isso é preciso pensar em como a alimentação desses animais pode impactar menos o meio ambiente.

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