Espécies invasoras podem ser portadoras silenciosas de bactérias resistentes
Pesquisadores apontam relação entre espécies que se adaptaram à convivência com humanos, como pombos e ratos, e o carreamento de bactérias multirresistentes, potencializando crises de saúde pública.
Jornal da USP, 13/6/25 – Gabriela Nangino

Pesquisadores da FMVZ-USP, doutorando Gabriel Siqueira e professor Marcos Bryan Heinemann, investigaram como espécies invasoras — como pombos e ratos — adaptadas à convivência com humanos podem carregar silenciosamente bactérias resistentes, incluindo enterobactérias e Salmonella. Esses microrganismos resistem a múltiplos antibióticos, o que ameaça a saúde pública porque se espalham em ambientes urbanos e rurais sem que a gente perceba. A pesquisa identifica que periféricos urbanos servem de reservatório dessas bactérias.
O grupo da FMVZ usou amostragem em vários habitats (parques, feiras, esgotos) e aplicou testes moleculares para confirmar a presença de genes de resistência. A constatação foi clara: essas espécies exóticas atuam como vetores silenciosos, transportando bactérias perigosas entre áreas sem sintomas visíveis nos próprios animais .
Isso reforça a necessidade de políticas públicas combinando controle de populações invasoras e vigilância ambiental com monitoramento de antibióticos. A equipe da FMVZ destaca que ações integradas – com enfoque em epidemiologia, saúde animal e ambiental – são vitais para conter a disseminação de bactérias resistentes.